Há cerca de dois anos, a vendedora Juliana Oliveira precisava pagar duas contas. Como estava com dúvidas, optou que iria direto na caixa da sua agência bancária, no Centro de São Vicente. Era hora de almoço e ela seguiu até o banco com sua bolsa. Foi barrada na porta giratória com detector de metais.
Começou a tirar todos os equipamentos que pudessem impedir o acesso. “Só depois de um bom tempo me dei conta de que podia ser a fivela do meu cinto. Mas àquela altura já estava tão brava que desisti de pagar a conta naquele horário”, lembra.
Situações como esta estão com os dias contados na Cidade. A Câmara aprovou a Lei 25/12, do vereador Gilberto Rampon, o Gilberto do Laboratório (PSB), que obriga as instituições bancárias a desinstalar as portas giratórias com dispositivos detectores de metais.
A medida já foi aprovada em segunda discussão e, a partir de agora, tem 30 dias para ser regulamentada pela Prefeitura. Embora a decisão tenha sido unânime, a lei deve trazer alguma polêmica.
Isso porque, em situações anteriores em outros municípios, entidades ligadas ao setor bancário já haviam mostrado desconforto com projetos semelhantes, alegando que a retirada das portas giratórias pode colocar em risco a vida de funcionários das agências. O autor do projeto discorda.
Ricardo Luiz Lima Saraiva, o Big, presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região, já mostrou que a entidade não concorda com a retirada dos equipamentos. “O que estão fazendo é um absurdo. Estas portas giratórias reduziram os assaltos a banco em cerca de 90%. Os vereadores de São Vicente precisavam pensar mais na segurança e bem-estar dos funcionários das instituições bancárias”, propõe o dirigente sindical.
*Victor Miranda – Jornal A Tribuna
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