Estatísticas acerca da juventude regional

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Definindo a juventude a partir da faixa etária estabelecida pela Lei Federal (de 15 a 29 anos), percebemos que 26,4% da população brasileira pode ser considerada jovem, segundo o IBGE, sendo 13,4% correspondendo a jovens homens e outros 13,4% correspondendo a jovens mulheres.

Uma característica interessante é que, até essa faixa etária, apesar de ser uma diferença mínima, o número de pessoas do sexo masculino são maiores que o número de crianças mulheres: 12,3% e 11,9%, respectivamente. Contudo, é justamente a partir da juventude, que a diferença inverte.

Várias causas podem ser apontadas para que a população masculina adulta seja menor que a de mulheres: morar no exterior, violência, falta de prevenção à saúde. Entre 40 e 45 anos, as mulheres já são maioria no Brasil: 6,6 mulheres em relação aos 6,3 milhões de homens. Acima dos 90 anos, a proporção se torna ainda maior: 295,4 mil do lado feminino e 153,6 mil do lado masculino.

Em média, a Baixada Santista tem relativamente a mesma proporção de jovens comparando com a população brasileira: 26,3%. Tendo Santos como capital da região, os municípios mais afastados geograficamente possuem menos jovens: Mongaguá (25%), Itanhaém e Peruíbe (24%). Um dos fatores que pode ser considerado seria a escassez de oportunidades para qualificação profissional dos jovens (cursos técnicos e graduações), incentivando-o a migrar para outros municípios.

Foge dessa lógica, Santos, que corresponde a pouco mais de 30% da população regional (400 mil dos mais de 1,5 milhão de habitantes na Região). Apesar de ser o município que mais ofereça vagas de qualificação profissional, por conta de sua vocação turística é um ambiente ideal para a terceira idade. Na estatística, Santos é a cidade mais velha da Região: a juventude corresponde a 23% da população. Por sua vez, sendo um dos principais pólos industriais do Estado, Cubatão oferece uma maior quantidade de empregos e, consecutivamente, é a cidade mais jovem (30%) da Baixada Santista.

Outra característica também pode ser melhor apreciada nas estatísticas: a questão racial na juventude. Embora quase todas os municípios tenham maior número de jovens brancos comparado a negros e pardos, a diferença é maior em Santos (para cada um jovem branco há dois negros/pardos), ao contrário da população em Cubatão (para cada dois jovens negros/pardos, há três jovens brancos).

Nesse caso, é difícil analisar as causas para tais relações, já que variam mais da miscigenação, fluxos de migração, do que de outras características. Santos é um município onde a população tem maior poder aquisitivo e, em volta do Porto, enbranqueceu à medida que abria as portas para europeus, principalmente, portugueses e ingleses. Ao longo das décadas, as populações com menor poder aquisitivo agruparam-se nos territórios vizinhos, a ponto de emancipá-los durante o século XX. Também é necessário lembrar que, durante o mesmo período, houve grande número de migrantes do Nordeste e Norte do País em Cubatão para endossar a mão-de-obra industrial.

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